Domingo, 18:30h.
Não havia chuva, nem relâmpagos ou trovões.
Eu estava no computador, fazendo umas planilhas e jogando conversa fora.
Meus primos, que estavam brincando com seus respectivos filhos em frente ao meu portão, haviam acabado de entrar na casa da minha tia.
De repente, um clarão e um estouro ensurdecedor.
Tomei um choque na mão que estava sobre o mouse e no primeiro pé que, com o reflexo, coloquei no chão. O interruptor da lâmpada e uma tomada explodiram e voaram em cima de mim, enquanto eu tentava correr sem saber pra onde.
Penélope, minha única companhia naquele momento, estava na cama dormindo. Sem entender nada, pulou, assustada em cima de mim.
Tudo isso aconteceu rapidamente e ao mesmo tempo.
Aos poucos, os vizinhos, também assustados, começaram a chegar e a perguntar o que havia acontecido. Eu ainda não sabia.
Foi então que uma das vizinhas disse que viu um raio cair no poste em frente à minha casa e atravessar a rua, correndo pelo chão.
Quando cheguei na varanda, outro susto, ao ver um buraco no muro dos fundos.
Somente nessa hora a ficha caiu: um raio havia atingido a minha casa!
O relógio desarmou e, enquanto eu ligava pro meu pai, meu primo tratou de armá-lo novamente. Meu quarto continuou sem energia elétrica e eu, sem coragem de mexer em qualquer coisa.
Alguns minutos depois, meu pai, que acabara de sair da missa ali mesmo na Chácara, chegou. Após passado o espanto inicial dele, fomos verificar as coisas.
Praticamente todos os eletroeletrônicos queimados. Das coisas que estavam ligadas na tomada, apenas o fogão, a geladeira e o rádio do meu quarto não sofreram danos.
A chuva começou somente meia hora depois do ocorrido. Meu pai registrou queixa na Cenf e, como não havia energia no meu quarto, pediu pra mandarem alguém para dar uma olhada.
Esperamos, esperamos e nada.
Os técnicos só foram aparecer às 02h da manhã, quando já estávamos todos deitados.
Eu não consegui dormir. E não paro de pensar no risco que todos nós, principalmente Penélope e eu, corremos...