25 de janeiro de 2009

Mal ele chegou, chamou a atenção dela.
Seu estilo destoava dos outros que frequentam aquela boate.
Muitos devem tê-lo achado esquisito. Para ela, parecia perfeito.
Era o mais bonito do grupo de cinco amigos estilosos. Sem dúvida, era também o mais bonito da festa.
Pegou uma cerveja, acendeu um cigarro e enquanto a música rolava e seus amigos se divertiam, preferiu ficar sentado num canto, alheio ao que acontecia.
Talvez não goste de House ou de dançar – pensou ela.
Mas, se ele também não estava a fim de conversar e rir com os amigos, por que saiu?
Bastava beber e fumar sozinho em casa, não?
Ela e sua curiosidade sobre a vida dos outros...
Horas depois, o show começou. E ele levantou-se, deixando claro o motivo que o levou para aquele lugar. Já à beira do palco, entregou-se ao samba como se não houvesse ali nada além dele e da música.
Ela encantou-se ainda mais, porém àquela altura já não tinha esperança de que ele a notasse.
Se não é capaz nem de interagir com os amigos, pobre de mim... – pensou.
Para quem não tinha grandes expectativas para aquela noite, ficar ali sambando – ela também não resiste a uma bateria – rindo com a amiga e observando-o, já estava de bom tamanho.
Quanto mais sambas clássicos o bloco tocava, mais ele se empolgava.
Em determinado momento, a empolgação foi tanta, que esbarrou nela e derrubou a garrafa de água que ela segurava.
Ele sorriu e pediu desculpas. Ela sorriu de volta.
Esse foi o único contato que tiveram, pois logo o samba o hipnotizou novamente.
Obviamente, não significou nada para ele.
Mas ela não consegue parar de pensar naquele estranho e naquele sorriso.
E, apesar de ter quase certeza de que ele é de outra cidade, torce para estar enganada e ter a sorte de reencontrá-lo qualquer dia desses.
Ainda que seja só para continuar admirando-o de longe...

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