4 de junho de 2010

Durante algum tempo acreditei naquele velho clichê de que o tempo cura tudo.
Mas o próprio tempo me ensinou que ele é capaz, sim, de curar muitas coisas e que outras, como a dor da perda, são incuráveis. Ele pode, apenas, amenizá-las.
Eu tentei, em vão, fazer com que o dia 04/06 voltasse a ser somente mais um dia comum.
Mas não dá. Porque há 4 anos, toda vez que essa data se repete, eu sinto novamente tudo aquilo que vivi em 2006.
Não tenho dúvidas em afirmar que foi o pior dia da minha vida. O dia em que eu levei o maior susto, senti a maior dor e aprendi o que é saudade de verdade.
Me esforço pra esquecer, mas lembro de cada detalhe, desde a expressão no rosto dos meus pais sem saber como me dar a notícia, as ligações, as buscas na internet por maiores detalhes, o desespero da minha irmã, até o meu reencontro com os meninos, 1 mês depois, no show mais triste e melancólico que já presenciei, em que prevaleceu o nó na garganta, faltaram palavras e só os abraços foram capazes de “dizer” alguma coisa.
Eu penso nele todos os dias. Acordo e logo vejo aquele sorriso iluminado estampado no meu mural. Volta e meia me pego relembrando encontros, momentos compartilhados, diálogos sérios ou inúteis, o cuidado, as (inúmeras) bobeiras, detalhes que fizeram a diferença e o jeito único de levar a vida. E nessas horas, os sentimentos vividos e revividos em todos os 04/06 passam longe.
Sinto saudade, sim. Muita! Mas sinto uma enorme gratidão, e repetirei isso eternamente, por ter conhecido alguém tão especial. Por ter convivido mesmo que tão pouco tempo e por ter tido a oportunidade de aprender, naturalmente, tantas coisas.
E ele nos deixou tanto...
Olho para as fotos e, ainda que sinta um aperto no peito, sorrio. Porque é impossível não sorrir.
Imagino que tenha sido preciso que isso acontecesse. Não encontro um motivo justo ou lógico para tal, mas deve existir. Talvez um dia compreenderemos. Talvez não.
Mas jamais poderemos ignorar o quanto esse acontecimento mudou a vida de todos que o conheciam. Apesar da dor, todos tiraram lições. O Voluntários da Pátria nasceu, lindas canções foram compostas, sem contar nas pequenas mudanças pessoais e cotidianas que cada um sabe bem quais são.
Às vezes fico imaginando como seria se ele ainda estivesse aqui. Penso em tudo o que já vivi com os meninos de 2006 pra cá e no quanto nos aproximamos.
Acho que teríamos uma linda história pela frente, pois naquele ano nossa amizade começava a se tornar mais sólida, mais cúmplice. Tava tão no início mas já significava tanto...
E então, nesse sentido, sinto também uma saudade imensa do que não vivi.
Mas, sobretudo, sinto uma certeza (que não sei de onde vem) de que ele está bem e de que está sempre por perto.
E é isso que, mesmo nos momentos mais doídos, acaba prevalecendo e confortando.



“E a tua ausência fazendo silêncio em todo o lugar...”

"Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você..."

Um comentário:

gabi disse...

Rodrigo Neto, quatro anos, já? :(

 
Free counter and web stats